domingo, 28 de fevereiro de 2016

GRAPPA, A BEBIDA QUE DÁ NOME À CIDADES ITALIANAS

Fonte: Grappa Italiana 
Cismon del Grappa, Bassano del Grappa, Pove del Grappa, Monte Grappa, e etc, a "grappa" compõe o nome de muitas cidades e lugares na Itália, neste caso a região que deu origem a Família Fiorese. Mas o que vem a ser "grappa"?
A grappa ou graspa, é uma bebida alcoólica de origem italiana. Tradicionalmente é feita de uva. A grappa já existe desde a Idade Média.
Possui entre 37,5% e 60% de álcool. É uma bebida feita por destilação de resíduos de bagaço de uva (principalmente as cascas, mas também os engaços e sementes).

Fonte:Marbellaplus
Foi originalmente feita para evitar o desperdício, utilizando sobras no final da época vinícola. O sabor da grappa, como do vinho, depende do tipo e qualidade da uva utilizada, bem como as especificidades do processo de destilação.


A grappa tem a particularidade de ser aromatizada por uma erva chamada arruda.
Graspa é o nome mais utilizado no Brasil para esta bebida de origem italiana.

Fonte: http://dicionarioportugues.org/pt/graspa

Curiosidade da graspa no Brasil: Laurentino SC

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

LISTA DOS BRAVOS FIORESES DA ITÁLIA, MORTOS NA 1ª GUERRA MUNDIAL


               
    Os Fioreses que morreram na 1ª Guerra Mundial, conforme informações, encontram-se listados a seguir:


NOME
INFORMAÇÕES
Fiorese Antonio di Gio Batistta
Nasceu em 03 de Julho de 1897, Cismon del Grappa
6º Soldado Alpino
Morreu em  05 de Dezembro de 1918, doente no hospital do campo nº 130.
Fiorese Antonio di Luigi
Nasceu em 01 de Março de 1881, Treviso
214º Soldado da Infantaria
Morreu em 30 de Maio de 1918, doente na prisão
Fiorese Antonio di Pietro
Nasceu em 05 de Abril de 1891, Bassano del Grappa
4º Soldado Alpino
Morreu em 18 de Julho de 1916, em combate no Monte Caldiera
*Fiorese Antonio di Pietro
Nasceu em 21 de Abril de 1895, Bassano del Grappa
35º Soldado da Infantaria
Morreu em 29 de Maio de 1917, em combate no Carso
Fiorese Bernardo di Antonio
Nasceu em 29 de Março de 1896, Cismon del Grappa
2º Cabo Maior Alpino
Morreu em 25 de Junho de 1917, em combate no monte Tre Cime di Lavoredo
Fiorese Bortolo di Giovanni
Nasceu em 02 de Junho de 1888, Cismon del Grappa
4º Soldado Alpino
Morreu em 22 de Outubro de 1915, em combate no monte Nero
*Fiorese Celeste di Pietro
Nasceu em 28 de Dezembro de 1883, Bassano del Grappa
6º Soldado Alpino
Morreu em 28 de Janeiro de 1918, em combate em Asiago
Fiorese Francesco di Francesco
Nasceu em 18 de Agosto de 1893, Cismon del Grappa
9º Soldado da Artilharia da Fortaleza
Morreu em 18 de Dezembro de 1917, na 88ª sessão de saúde de feridos em combate
Fiorese Francesco di Giovanni
Nasceu em 31 de Julho de 1883, Cismon del Grappa
6º Cabo Alpino
Morreu em 9 de Março de 1916, em Giudicarie numa avalanche
Fiorese Francesco di Pietro
Nasceu em 18 de Agosto de 1889, Cismon del Grappa
1º Cabo Alpino
Morreu em 2 de Julho de 1917, no hospital do campo nº149 por ferimento em combate
Fiorese Giacomo di Antonio
Nasceu em 20 de Outubro de 1885, Cismon del Grappa
214º Soldado da Infantaria
Morreu em 10 de Janeiro de 1918, doente na prisão
Fiorese Giacomo di Giovanni
Nasceu em 18 de Junho de 1896, Cismon del Grappa
27º Soldado da Infantaria
Morreu em 29 de Janeiro de 1920, doente em Maglione Canavese
Fiorese Giovanni di Giacomo
Nasceu em 17 de Junho de 1893, Cismon del Grappa
6º Cabo Maior Alpino
Morreu em 14 de Fevereiro de 1916, na bacia de Plezzo ferido em combate
Fiorese Giovanni di Paolo
Nasceu em 10 de Setembro de 1889, Cismon del Grappa
6º Soldado Alpino
Morreu em 10 de Maio de 1916, na bacia de Plezzo ferido em combate
Fiorese Giuseppe di Domenico
Nasceu em 20 de Fevereiro de 1895, Sovizzo
20º Soldado da Bateria de Bombardeiros
Morreu em 15 de Outubro de 1917, na 4ª sessão de saúde por ferimento
Fiorese Luigi di Giovanni
Nasceu em 24 de Maio de 1887, Marostica
2º Soldado Granadeiros
Morreu em 20 de Novembro de 1915, no hospital do 11º campo, por ferimento
Fiorese Luigi di Luigi
Nasceu em 28 de Março de 1894, Marostica
75º Soldado da Infantaria
Morreu em 24 de Dezembro de 1916, na 7ª sessão de saúde por acidente
Fiorese Matteo di Domenico
Nasceu em 24 de Junho de 1894, Cismon del Grappa
1392º Soldado da Artilharia
Morreu em 13 de Novembro de 1917, em combate em Piave
Fiorese Sante di Gaetano
Nasceu em 1 de Janeiro de 1900, Cismon del Grappa
95º Soldado da Infantaria
Morreu em 17 de Setembro de 1917, doente em San Giovanni di Medua

*Filhos de Pietro Fiorese, irmão de Agostino Fiorese.
As informações foram obtidas através do site: www.cadutigrandeguerra.it

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

MERICA MERICA: QUE COISA SERÁ ESTA AMÉRICA?

           Uma música, de 1875, marcou o período de Imigração Italiana. Merica-Merica, embalou os sonhos dos italianos que vieram rumo a América no século XVIII e meados do século XIX. Ainda hoje é cantanda pelos descendentes destes bravos aventureiros.
           O vídeo (Youtube) traz a música e a seguir está a letra e a tradução da mesma.



Merica Merica


Dalla Italia noi siamo partiti
Siamo partiti col nostro onore
Trentasei giorni di macchina e vapore,
e nella Merica noi siamo arriva'.

Merica, Merica, Merica,
cossa saràlo 'sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.

E alla Merica noi siamo arrivati
no' abbiam trovato nè paglia e nè fieno
Abbiam dormito sul nudo terreno
come le bestie andiam riposar.

Merica, Merica, Merica,
cossa saràlo 'sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.

E la Merica l'è lunga e l'è larga,
l'è circondata dai monti e dai piani,
e con la industria dei nostri italiani
abbiam formato paesi e città.

Merica, Merica, Merica,
cossa saràlo 'sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.

Merica, Merica, Merica,
cossa saràlo 'sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.


TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS:

América- América


Da Itália nós partimos,
Partimos com a nossa honra
Trinta e seis dias de carro e navio
E na América chegamos

América, América, América,
É um lindo ramalhete de flores.
Que coisa será esta América?
É um lindo ramalhete de flores.

Na América nós chegamos
Não encontramos nem palha e nem feno
Dormimos sobre o durop terreno
Como os animais, repousamos.

América, América, América,
Que coisa será esta América?
América, América, América,
É um lindo ramalhete de flores.

A América é longa e larga
É formada de montes e planícies.
E com o esforço dos nossos italianos
Construímos vilas e cidades.

América, América, América,
Que coisa será esta América?
América, América, América,
É um lindo ramalhete de flores.

América, América, América,
Que coisa será esta América?
América, América, América,
É um lindo ramalhete de flores.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

SOBRINHOS DE AGOSTINO FIORESE, MORTOS NA GUERRA, RECEBEM HOMENAGEM EM BASSANO DEL GRAPPA

Fonte: Google/Italian_front_(World_War_I)
A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que organizaram-se em duas alianças opostas: os aliados e os Impérios Centrais. Mas a Itália não entrou em guerra em 1914. A Itália lutou pelos Aliados um ano depois.
Foi então que entre 1915 e 1918 o norte da Itália viveu momentos de guerra. Houve uma série de batalhas nas quais se confrontaram os exércitos da Áustria-Hungria e da Itália. O reino italiano esperava ganhar a região de Trento e o porto de Trieste, assim como as província de Bolzano-Bozen, Ístria e Dalmácia.
A Itália enviou à guerra cerca de dois milhões de combatentes e pelo menos um terço destes morreu em batalhas.
Dezenove Fioreses  morreram nesta guerra, como se pode observar na relação de nomes na imagem:
Fonte: cadutigrandeguerra.it
(Se clicar na imagem ela se amplia)
 Porém, dois nome nos chama atenção. 
O irmão mais novo de Agostino Fiorese, Pietro Felice Fiorese, nascido em 1855, ficou na Itália. Pietro casou-se com Costantina Vivian e o casal teve  quatro filhos, sendo eles:
Celeste (28 de Dezembro 1883), 
Giovanni  (05 de Maio de 1886),
Giovanna (08 de Janeiro de 1888), e
Antonio (21 de Abril de 1895).

Antonio Fiorese que nasceu em Bassano del Grappa, em 1895. Antonio era o 35º soldado do regimento de infantaria e  foi dado como morto em 29 de Maio de 1917 defendendo o Estado Italiano. Ele desapareceu em Carso, no nordeste da Itália, em combate.
Um ano depois, foi seu irmão mais velho, Celeste Fiorese, que morreu. Celeste nasceu em Bassano del Grappa, em 1883, fez parte da Frente Alpina, como era conhecido o exército italiano, e era o 6º soldado do regimento da infantaria. Ele foi morto no dia 28 de Janeiro de 1918, no planalto de Asiago. O sobrinho de Agostino morreu em combate. Celeste era casado com Giovanna Campagnolo, desde 1908.

A Vila Sant'Eusebio, em Bassano del Grappa, tem um memorial aos mortos na guerra. E o nome de Antonio e Celeste, e outros Fioreses, são homenageados no monumento.

Como na Itália há nomes iguais, para diferenciar uma pessoa de outra, eles então se referem , ou referiam, ao nome do pai. 
Então, Antonio e Celeste no monumento estão com a seguinte grafia: Fiorese Celeste di Pietro (Celeste filho de Pietro) e Fiorese Antonio di Pietro (Antonio filho de Pietro). Na Itália o sobrenome vem primeiro. E há duas maneiras de dizer que se era filho de alguém. Outro exemplo, o "Fiorese Antonio fu Nicolò", que se vê na foto, seria filho de Nicolò, ou eles usam o "di" ou usam o "fu" para dizer "filho de".

Fontes: 
Wikipedia
http://www.cadutigrandeguerra.it/CercaNome.aspx
http://rete.comuni-italiani.it/wiki/Bassano_del_Grappa/Monumento_ai_Caduti_in_Guerra

         

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

LA FAMEJA: A POESIA ITALIANA QUE EXPRESSA A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA



Parte da Família Fiorese do Sul do Brasil

No post Os Fioreses da Itália também festejam os laços de parentesco vimos que uma poesia sobre a família marcou a primeira festa dos “primos” italianos, realizada em 2007, na Itália.

Pode-se perceber em cada linha da poesia a importância que tem a família para um italiano, no caso para os Fioreses. Especialmente o papel da matriarca, a "mamma". 
Aqui encontra-se a tradução da  poesia La fameja (a responsabilidade da tradução é deste blog). A autoria da poesia é desconhecida. 

ITALIANO (DIALETO)
PORTUGUÊS

LA FAMEJA
La fameja dove che se nasse
Dove che se vive co i genitori
Xe come un tempio sacro de amor

Le gioie semplici e pure
Piene de afeto e de calor
Che te trovi nea fameja
Nessun su la tera de po dar

Grassie a quel angelo de’ a mama
Che ne ga dondolá su la cuna
Quando che se jera ancora cei

Que a stessa man liziera de fata
Tien in pie el mondo
Unico refugio che te impenisse el cuor

Ogni anema umana de lontan,
Sente al richiamo de a fameja, de’a casa,
Come un porto sicuro par approdar,
Dove te te sinti ripará e te trovi
Calor, amor, riposo, e pace


I muri de’a casa te i sente
Come do’brassi che te strenze
Co’ deicatessa e amor, nel cuor
Te sente la gioa de aver
‘na fameja e ‘na casa



A FAMÍLIA
A família onde se nasce
Onde se vive com os pais
É como um templo sagrado de amor

A jóia simples e pura
Plena de afeto e de calor
Que se encontra na família
Nenhum lugar na terra te pode dar

Graças aquele anjo da mãe
Que o balança em seu berço
Quando se era ainda pequeno

Que a mesma mão leve de fada
Tem em pé o mundo
Único refúgio que te completa o coração


Hoje anima o homem de longe
Sente uma recordação da família, de casa,
Como um porto seguro onde ancorar,

Onde se escuta os reparos e se encontra
Calor, amor, descanso, e paz


As paredes de casa te sente
Como os braços que te abraçam
Com delicadeza e amor, no coração
Sente a alegria de ter
uma família e uma casa




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

OS FIORESES DA ITÁLIA TAMBÉM FESTEJAM OS LAÇOS DE PARENTESCO

A família, de acordo com o Dicionário Michaelis é um “conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de parentesco, que vivem sob o mesmo teto, particularmente o pai, a mãe e os filhos”. O mesmo dicionário diz que família também pode ser um “conjunto de ascendentes, descendentes, colaterais e afins de uma linhagem ou provenientes de um mesmo tronco; estirpe”. Ou ainda a família pode ser composta de  “pessoas do mesmo sangue ou não, ligadas entre si por casamento, filiação, ou mesmo adoção, que vivem ou não em comum; parentes, parentela” (Dicionário Michaelis, Online).
Foto enviada por rede social por um membro da família
A Família Fiorese é originária da Itália. O valor que tem a família para o coletivo, e também para o indivíduo não se discute. Os laços de amor e fraternidade entre os familiares é visto como importante a sua preservação, pelos "nossos familiares".
Os Fioreses sabem de tudo isso, e em reconhecimento do valor desta "instituição" e com o objetivo de promover os laços familiares, a exemplo do que ocorreu no Brasil, a Itália também realizou um evento com este propósito. 
O ano de 2007, em Bassano del Grappa, marcou a realização da primeira festa dos Fioreses da Itália. Uma poesia que enaltece o valor da família e que assinalou o evento encontra-se na foto ao lado e também a mesma foi transcrita aqui. A poesia encontra-se em dialeto Vêneto e não no italiano gramatical. A tradução da mesma segue num próximo post.

LA FAMEJA

La fameja dove che se nasse
Dove che se vive co i genitori
Xe come un tempio sacro de amor

Le gioie semplici e pure
Piene de afeto e de calor
Che te trovi nea fameja
Nessun su la tera de po dar

Grassie a quel angelo de’ a mama
Che ne ga dondolá su la cuna
Quando che se jera ancora cei

Que a stessa man liziera de fata
Tien in pie el mondo
Unico refugio che te impenisse el cuor

Ogni anema umana de lontan,
Sente al richiamo de a fameja, de’a casa,
Come un porto sicuro par approdar,
Dove te te sinti ripará e te trovi
Calor, amor, riposo, e pace

I muri de’a casa te i sente
Come do’brassi che te strenze
Co’ deicatessa e amor, nel cuor
Te sente la gioa de aver
‘na fameja e ‘na casa

1º festa “Famiglie Cugini Fiorese”
Bassano del Grappa
7 Ottobre 2007

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"TALIAN": O DIALETO DOS NONOS. A HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PARA A CULTURA BRASILEIRA E ITALIANA

Foi na segunda metade do século XIX que a Itália tornou-se geograficamente como conhecemos hoje. Antes disso a Itália era constituída por pequenos reinos fragmentados, que eram Estados independentes. Alguns destes reinos eram governados por famílias reais da Áustria e da França. 
O Congresso de Viena (1814-1815) determinou que a Itália fosse dividida em diversos estados dominados por estrangeiros. A divisão da Itália de acordo com a ordem de Viena, era:

Itália antes da unificação
 Reino Sardo-Piemontês: governado por uma dinastia italiana. Era autônomo e soberano (em laranja);
 Reino Lombardo-Veneziano: governado pela Áustria (em azul);
 Ducados de Parma, Módena e Toscana: governados por duques subservientes à Áustria (em verde);
 Estados Pontifícios: governados pelo papa (em vermelho);
 Reino das Duas Sicílias: governado pela dinastia de Bourbon (em amarelo).

O que isso queria dizer? 
É que desta forma não existia leis unificadas, cada Estado tinha a sua legislação, a moeda também era diferente, assim como a língua e o sistema político. Portanto, não havia um país com o nome de Itália e com poder centralizado. Foi então que o reino de Sardenha-Piemonte (o de laranja) resolveu buscar a unificação do país. O movimento teve o nome de "Risurgimento".
 O processo de unificação italiana não foi pacífico. Um velho conhecido dos brasileiros teve um papel fundamental neste contexto da unificação. O italiano Giuseppe Garibaldi - que também lutou na Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul - em 1859, com apoio de movimentos populares, liderou a guerra contra o Império Áustro-Húngaro. Foi assim que os piemonteses conquistaram um a um dos reinos.
Em 1861 formou-se o Reino da Itália que teve como primeiro rei Vitor Emanuel II. Mas somente em 1866, os italianos, com apoio da Prússia, anexaram o reino de Veneza que até então era governado pelos austríacos.  Roma que era a capital do Estado da Igreja Católica, foi a última a ser anexada ao Reino. Roma era protegida por militares da França. Porém, em 1870, a França entrou em guerra contra a Prússia. Sem a proteção militar francesa, os italianos conquistaram a cidade, transformando-a na capital da Itália. Assim a unificação foi concluída.

TALIAN: O DIALETO

Diante da unificação política e geográfica da Itália, a língua falada, para que os povos pudessem se entender, também precisava ser única, e foi então que o italiano ganhou o status de língua oficial - baseado principalmente nos dialetos da Toscana. Porém, com uma Itália pobre, muitos não podiam ir para a escola e aprender o "novo idioma", então os dialetos foram preservados por muito tempo ainda, naquele país. 

O vídeo abaixo conta muito bem a história da língua Talian. Ele está na linguagem dos nonos, porém tem legenda em português. Vale a pena assistí-lo e se emocionar com ele.


                              Talian - La nostra vera lengua madre

Quando italianos de diferentes partes da Itália desembarcaram no Brasil, embora provenientes da mesma pátria, não falavam todos a mesma língua. Porém, a maioria era do Vêneto, por este motivo, este dialeto acabou por se tornar "oficial" para os italianos no Brasil. Mas o Talian é a mistura dos dialetos da Itália, com predominância do dialeto Vêneto, mais o português.
Talian é falado principalmente pelos imigrantes italianos e seus descendentes no sul do Brasil, mas também em São Paulo e Espiríto Santo. 
A preservação do talian, ocorreu devido ao isolamento geográfico de algumas colônias localizadas em cidades interioranas. 
Existem diferenças consideráveis entre o dialeto vêneto brasileiro e o dialeto vêneto ainda encontrado na Itália. O termo Talian surgiu com o objetivo de diferenciá-los. 
Mas hoje para se ter uma ideia da diferença gramatical do talian para o italiano, damos alguns exemplos:
Italiano                          Talian/Dialeto Vêneto
Fato                              Destin
Febbraio                       Febràro
Povero                          Poaréto

Este video fala da história e da importância do Talian. Esta língua foi reconhecida oficialmente  por alguns Estados brasileiros, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Talian é hoje patrimônio brasileiro. São 500 mil pessoas que falam esta língua em 133 cidades brasileiras. Confira: